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domingo, 26 de junho de 2011

Autonomia em Contextos Educacionais Diferenciados: Presencial e Virtual

Marileia Corrêa Lima
O artigo resenhado, faz uma abordagem da identidade cultural na pós-modernidade, enfatizando que vivemos em uma sociedade onde a questão da identidade está sendo fortemente discutida, e um dos principais argumento é que as velhas identidades, que por tanto tempo estabilizaram o mundo social, estão se perdendo, fazendo surgir novas identidades e fragmentando o indivíduo moderno. A "crise de identidade na pós modernidade" assim chamada é vista como parte de um processo mais amplo de mudança, que está deslocando as estruturas e processos centrais das sociedades modernas, pois vivemos em um momento onde as identidades precisam ser moldadas aos padrões determinado pela nova sociedade que surge. Ou seja ou o ser se adapta as as novas identidades ou para no tempo. O texto aborda três concepções de identidade: O sujeito do Iluminismo, o sujeito sociólogo e o sujeito pós moderno. O sujeito do iluminismo é de uma concepção muito "individualista" do sujeito e de sua identidade. Já a concepção sociológica preenche o espaço entre o "interior" e o "exterior" - entre o mundo pessoal e o mundo público, a identidade é formada na "interação" entre o eu e a sociedade.
O sujeito, previamente vivido como tendo uma identidade unificada e estável, está se tornando fragmentado; composto não de uma única, mas de várias identidades, algumas vezes contraditórias ou não-resolvidas. Essas mudanças dão origem ao sujeito pós-moderno onde o sujeito e visto como não tendo uma identidade fixa, essencial ou permanente. O sujeito pós-moderno surge no processo de globalização no acesso as novas TICs, EaD (educação a distancia), exigindo uma definição de identidade cultura que nada mais é que a sua autonomia. Onde o ser precisa ter um posicionamento em sua autonomia, caso contrário a flexibilidade exigida na pós-modernidade não acontecerá. As sociedades modernas são, portanto, por definição, sociedades de mudança constante, rápida e permanente. Esta é a principal distinção entre as sociedades "tradicionais" e as "modernas".
Assim percebemos que a globalização não é somente um fenômeno de ordem econômica brasileira, mas sim de ordem social e tem a ver com a transformação do tempo e do espaço,.e com isso no contexto educacional no novo paradigma e a educação a distância aflora um novo paradigma onde há uma transição da sociedade voltada para a produção de bens materiais para uma sociedade do conhecimento e diante disso professor e aluno terão que ter consciência desse novo paradigma e estar alicerçados nos quatros pilares da educação: Aprender a conhecer, isto é, adquirir os instrumentos de compreensão, para aprender a aprender e assim poder se beneficiar das oportunidades existentes. Aprender a fazer: para poder agir sobre o meio envolvente, com competências que torne uma pessoa mais apta a enfrentar numerosas situações e trabalhar em equipe. Aprender a viver, a fim de participar e cooperar com outros, em todas as atividades humanas; envolvendo a compreensão do outro, a percepção das diferenças e interdependências, convivendo na tolerância, com solidariedade. Aprender a ser, integrando as três precedentes, contribuindo para o desenvolvimento total da pessoa; corpo, mente e sensibilidade, Ou seja "Educar para a cidadania global”,formar seres capazes de conviver, comunicar e dialogar num mundo interativo e interdependente utilizando os instrumentos da cultura, preparar o indivíduo para compreender que, acima do individual, deverá sempre prevalecer o coletivo." Diante desses novos paradigmas professor e aluno viverão um eterno aprender a aprender, o que lhes possibilitará a formação de um sujeito capaz de construir sua própria autonomia crítica e participativa.
Ao se questionar da relação da autonomia com a pesquisa, treinamento, independência e autodidatismo,remete-se a questão de quando se fala em autonomia automaticamente devemos relacionar primeiramente a formação contínua, uma formação capaz de exigir do se humano a capacidade de governar seu desenvolvimento pessoal e profissional por si mesmo. Construir sua própria identidade de forma que a informação seja distinguida, avaliada, julgada,desdobrada, e desenvolvida para ele próprio. E a chave de tudo isso é a pesquisa, não no sentido de produzir conhecimento cientifico, mas como princípio educativo. Este sim é o segredo da verdadeira autonomia a construção da “metodologia do aprender a aprender”
O segundo elo proposto é entre autonomia e treinamento, apesar de ser possível a autonomia sem treinamento e treinamento não pressupor a autonomia eles estão relacionados de forma dinâmica. Como por exemplo o aprendiz recebe ferramentas para ser mais eficaz e através dessas ferramentas ele pode se tornar autônomo. A Independência também parece interligada a autonomia, ela vai além de uma simples liberdade de estudar, quando e onde quiser. Independência é uma função cognitiva;o que significa o estudante assumir sua responsabilidade na construção de significados em espaços colaborativo e interativo.
A autonomia não deve ser confundida em nenhum momento com autodidatismo. Autodidata é o estudante que seleciona seus conteúdos e não dispõe de uma proposta pedagógica e didática para o estudo. Já na modalidade a distância mesmo permitindo uma organização autônoma aos estudantes em relação a escolha do espaço e tempo para o estudo eles dispõe de uma proposta didática , seleção de conteúdos, orientações dos processos de estudos e atividades propostas para cumprir.
Ao se tratar de autonomia e papéis do professor ,aluno e instituição no contexto tecnológico, vivemos numa sociedade fortemente dependente das tecnologias de comunicação. Existem pessoas que vão mais além, alegando que não conseguiriam viver sem os o recursos tecnológicos atuais como a Internet, por exemplo. Não só as pessoas, como também o sucesso das grandes empresas, e até mesmo as escolas principalmente a EaD dependem desses recursos.
A possibilidade do uso do computador no ambiente educacional também é bem vasta, ele tem sido visto como um recurso didático que pode possibilitar o processo ensino aprendizagem, desde que a metodologia utilizada seja condizente com os objetivos propostos. Neste sentido a instituição passa por um processo de transformação, deixando de ser o único centro das informações e tornando-se espaço de produção de conhecimento e cultura, privilegiando valores humanos e a afetividade, fornecendo contextos e saberes para uma autonomia de sucesso no mundo da diversidade.
A TICs permitem hoje que se entre em contato com a realidade de forma indireta, por isso a relação do aluno com a realidade não deve ser limitada a sua experiência pessoal e a que escola e família lhe proporcionam. A fontes de informações estão cada vez mais diversificadas e a escola tem o papel de estimular o uso dessas novas formas de experimentação a criação dos alunos.
O Professor tanto no ambiente presencial como no on-line sob a perspectiva da autonomia precisa estar disposto a não ser mais o centro das informações e permitir que os educandos também participe da construção do processo ensino aprendizagem
Neste novo contexto educacional professor e aluno precisam ser orientados. aluno não deve esperar ser ensinado e professor não deve esperar para ensinar, autonomia neste contexto deve ser prioridade. Essa autonomia só será possível se professor e aluno estiverem alicerçados no processo de “aprender a aprender”. Mas o professor não pode esquecer que mesmo o educando sendo autônomo no processo ensino aprendizagem ele não quer se sentir sozinho, é excencial tanto no contexto presencial como no virtual a presença do professor, com o feedback frequente, principalmente na educação à distância.
Muitos obstáculos e desafios surgirão, a autonomia para quem está na posição de superior, detentor do saber e das decisões pode representar perda, mas em relação ao ao campo pedagógico significa reconhecer no outro sua capacidade de ser de participar, de decidir, de ter o que oferecer, partilhar. Ver no outro a capacidade de tomar para si sua própria formação, de torna-se sujeito e objeto de formação para si mesmo. Isso não é tarefa fácil para o professor que sempre foi o dirigente da formação de seus alunos.
No ambiente digital, os obstáculos elencados na busca da autonomia,é a falta de suporte técnico, falta de competência técnica tanto do professor como do aluno, desinteresse do aluno em ser autônomo, falta de flexibilidade do professor ao adaptar-se ao uso de novas metodologias com as novas tecnologias,estratégias de interação propícias ao contexto virtual, falta de atenção ou sensibilidade para detectar os obstáculos psicológicos, sociais e técnicos a serem enfrentados pelos participantes de um processo de ensino aprendizagem no contexto digital
Além dos obstáculos é possível também elencar algumas atitudes capazes de ajudar a alcançar a autonomia, como o comprometimento, persistência, participação, criatividade,sensibilidade,,maturidade,responsabilidade, e muito mais. É preciso ter a consciência que no contexto educacional, onde o computador está inserido não existe receitas nem formulas pronta que garanta o sucesso, Os papéis tanto do professor como do aluno sofrem alterações, e ambos tem que ter a responsabilidade significativa no processo ensino aprendizagem ao se trata da busca da autonomia
Acredito que a identidade torna-se uma "celebração móvel": formada e transformada continuamente em relação às formas pelas quais somos representados ou interpelados nos sistemas culturais que nos rodeiam. O sujeito assume identidades diferentes em diferentes momentos, identidades que não são unificadas ao redor de um "eu" coerente.
A autonomia é mais do que uma liberdade de escolha reduzida ao previsto e está além das flexibilizações que uma modalidade de educação não presencial oferece,o fato de se colocar o docente “distante” fisicamente do aluno ou de se disponibilizar todos os recursos didáticos e conteúdos em meios digitais ou eletrônicos não é garantia de um processo de autonomia na aprendizagem e, pior ainda, não assegura o surgimento repentino de um sujeito “auto aprendente”. A autonomia do aluno, está em , possibilitar a aprendizagem individual destes no enfrentamento de situações adversas, na tomada de decisões, no sentido de que o educando adquira a sua própria iniciativa para alcançar o seu desenvolvimento pessoal e profissional.
Promover a reflexão crítica dos alunos deve se um dos grandes desafios dessa concepção educativa, por tanto, acredito que a EAD “pode contribuir para um processo mais flexível e autônomo”. Mas é importante que não atinja apenas o campo teórico e discursivo, mas tenha consciência e não confunda autonomia, com autodidatismo, pois somente isso, não fundamenta os pressupostos da autonomia. A autonomia representa a possibilidade dos aprendizes se apropriarem do conhecimento, a fim de refazê-lo de forma crítica, em busca de superarem o senso comum e serem capazes de modificar a cultura da sociedade.

Referências
LOPES, Maria Cristina .L.P, NEWMAN Bárbara Ann, SALVAGO, Blanca Martins: Autonomia em contextos educacionais diferenciados: presencial e virtual: Universidade Católica Dom Bosco Disponível em:<http:/ www.unitau.br/scripts/prppg/humanas/ Acesso em 31 julho 2010.

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